As articulações são as estruturas ósseas que permitem a movimentação do nosso corpo. A artrite é uma inflamação da articulação que se apresenta com edema (inchaço), aumento da temperatura local, dor, rigidez (sensação de movimento limitado) e eritema (aspecto avermelhado). Várias doenças podem causar artrite. Dentre elas podemos citar as doenças metabólicas, tumores, traumas, doenças genéticas, infecciosas, doenças de depósito (como depósito de cristais no caso da gota) e autoimunes (quando o nosso corpo começa a nos “atacar”).

Artrite Idiopática Juvenil acomete jovens com idade inferior a 17 anos. É uma doença inflamatória crônica, de causa desconhecida que acomete as articulações e outros órgãos, como olhos, coração e pele. A principal manifestação clínica é a artrite. Entretanto, ao contrário do que muita gente possa pensar, essa doença acomete crianças e adolescentes, ou seja, “reumatismo não é doença de idoso apenas”.

A artrite psoriásica é uma espondiloartrite, grupo de doenças que, assim como a espondilite anquilosante, podem causar inflamação na coluna vertebral e nas articulações sacroilíacas. A maioria das pessoas desenvolve primeiro a psoríase (apenas lesões descamativas na pele) para depois desenvolverem a artrite. A psoríase é caracterizada pelo aparecimento de lesões avermelhadas, escamosas, que acometem principalmente joelhos, cotovelos e couro cabeludo. Já a artrite, além de acometer a coluna, pode se desenvolver em outras articulações, como mãos, joelhos e pés. Se não tratada adequadamente, o paciente pode evoluir com deformidades e sequelas.

A artrite reativa é um tipo de espondiloartrite caracterizada por uma tríade de sintomas (artrite, uretrite e conjuntivite). O paciente pode apresentar sinais de infecção que podem gerar inflamação nas articulações e problema oculares.Esses sintomas podem aparecer semanas após esse episódio infeccioso.

A cervicalgia é popularmente conhecida como a famosa “dor no pescoço”. Além disso, pode atingir os ombros, os braços e a cabeça, gerando uma sensação de fraqueza e formigamento que pode dificultar o movimento. Esses sintomas podem estar relacionados à algumas doenças, como a osteoartrite (desgaste nas articulações), hérnia de disco, problemas na mandíbula (bruxismo) e lesões provocadas por acidentes ou traumas.

São doenças autoimunes que apresentam inflamação das fibras musculares. A fraqueza nos ombros, bacia e coxas são sintomas comuns, embora as doenças sejam distintas. Na dermatomiosite, a pele apresenta alterações inflamatórias. Em relação à faixa etária podem ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em crianças (de 10 a 15 anos) e em adultos (de 45 a 60 anos).

A dor crônica é uma dor que dura e se repete por meses ou anos e pode tornar o sistema nervoso mais sensível à dor. Além disso, áreas do tecido conjuntivo e muscular podem se tornar muito sensíveis ao toque. A dor pode variar de acordo com a origem e pode ter várias causas, como predisposição genética, idade, peso, esforço repetitivo, má-postura, sedentarismo entre outras.

Quantas vezes você já foi prejudicado de fazer suas tarefas do dia a dia por causa de “dor na coluna”? Já precisou ir ao hospital porquê “travou”? Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, 65% e 80% da população mundial desenvolverá dor na coluna em alguma etapa de suas vidas. Na maioria dos casos, a resolução será espontânea. Entretanto, em mais de 50% dos pacientes a melhora ocorrerá após 1 semana. Em 90% após 8 semanas e apenas 5% continuarão apresentando os sintomas por mais de 6 meses ou apresentarão alguma incapacidade. A lombalgia é a dor que ocorre na região lombar inferior. A lombociatalgia é a dor lombar que se irradia para uma ou ambas as nádegas e/ou para as pernas na distribuição do nervo ciático. As dores na coluna podem apresentar múltiplas causas, pois podem acometer ligamentos, tendões, músculos, ossos, articulações e o disco intervertebral. A maioria das dores lombares são originadas pelo “uso excessivo” ou “mau uso” da coluna, esforços repetitivos, excesso de peso, pequenos traumas, condicionamento físico inadequado, erro postural, posição inadequada no trabalho e osteoartrose da coluna. Além disso, pode haver doenças inflamatórias como a espondilite anquilosante, infecções, tumores, dentre outras causas.

Esclerodermia é caracterizada por fibrose (endurecimento) da pele e dos órgãos internos. Além disso, compromete os pequenos vasos sanguíneos e facilita a formação de anticorpos contra estruturas do próprio organismo. Existem duas formas. A primeira delas é a localizada (esclerodermia localizada) que afeta uma área restrita da pele, poupando os órgãos internos, sendo mais frequente nas crianças. Já a forma sistêmica (esclerose sistêmica) afeta a pele e os órgãos internos, como pulmão, coração e rins.

A espondilite anquilosante é um tipo de espondiloartrite que causa inflamação principalmente na coluna vertebral e nas articulações que ficam na região das nádegas (articulações sacroilíacas). Geralmente os primeiros sintomas aparecem antes dos 45 anos de idade. São mais comuns em homens que apresentam histórico da doença na família. Geralmente, o diagnóstico demora a ser realizado, pois os sintomas podem confundir o médico que não tem muita familiaridade com a doença. Uma dica que você precisa procurar um reumatologista para investigar se há espondilite anquilosante é se você apresenta dor durante a noite e ela melhora com a movimentação realizada durante o dia.

É uma síndrome dolorosa crônica caracterizada por amplificação da dor que não apresenta causa conhecida e não causa insuficiência ou deformidades de qualquer órgão vital. Os pacientes geralmente apresentam dor musculoesquelética generalizada crônica, associada a sintomas como fadiga, alterações de humor (depressão e ansiedade), distúrbio do sono e distúrbios cognitivos (memória e concentração). O diagnóstico é clínico e não tem um exame específico. Na maioria das vezes isso traz sofrimento para o paciente, pois a dor é constante e não há alterações nos exames. Essa situação muitas vezes contribui para atrasar o diagnóstico. Além disso, pode gerar problemas familiares e sociais, uma vez que as pessoas duvidam da existência da dor.

A gota, ou artrite gotosa, é uma doença inflamatória causada por depósito de cristais de ácido úrico (urato monossódico) nas articulações. Em geral, os pacientes apresentam níveis acima do normal de ácido úrico no sangue (hiperuricemia). Atinge principalmente homens adultos (entre 40 e 50 anos), obesos, sedentários e usuários de bebidas alcoólicas. O sintoma característico da doença é a artrite, localizada principalmente no primeiro dedo dos pés, conhecida como podagra. A artrite gera uma dor insuportável na articulação acometida. Em geral, o paciente não tolera o toque do lençol ao deitar. O paciente que não se trata pode ter suas articulações deformadas e ainda apresentar depósitos de cristais em qualquer local do corpo como nos rins, nas cartilagens, nas articulações, tendões e até mesmo na medula espinhal.

O lúpus ou LES é uma doença crônica inflamatória autoimune (as “defesas” do nosso organismo atacam a nós mesmos). Os sintomas podem aparecer apenas na pele (forma cutânea), ou em várias regiões do corpo (forma sistêmica), como sangue, coração, rins, pulmões, cérebro, articulações dentre outros. O lúpus é único em cada paciente. Não existe um caso que seja exatamente igual ao outro. Os sintomas podem aparecer de maneira lenta, gradual ou progressiva. Infelizmente, na maioria dos casos, o diagnóstico é tardio. Além de critérios clínicos, laboratoriais e, muitas vezes, de imagem, necessita de um médico que conheça a doença. Ao contrário do que muita gente possa pensar, o lúpus não é contagioso. Se diagnosticado precocemente, as chances de controlar a doença (remissão) são maiores.

​Também conhecida como artrose, osteoartrose ou doença articular degenerativa, é caracterizada pelo desgaste da cartilagem articular e pelas alterações ósseas, como os osteófitos, que são conhecidos popularmente como "bicos de papagaio". No conjunto das doenças reumatológicas essa é a mais frequente e geralmente começa quando a pessoa tem entre 40 e 50 anos. Mas pode ocorrer em pacientes jovens devido a traumas, lesões, exercícios repetitivos ou genética. A osteoartrite pode ser classificada em primária, quando não se conhece a causa, ou secundária, quando a causa é conhecida. Dentre elas alterações do metabolismo, anormalidade articular congênita, trauma, infecção ou como consequência de outras doenças reumatológicas, como artrite reumatoide e gota.

É uma doença silenciosa caracterizada pela fragilidade de todos os ossos do corpo que podem se quebrar quando submetidos ao mínimo de esforço. Ela pode ter múltiplas causas como: envelhecimento, fatores genéticos, menopausa, dieta pobre de alimentos ricos em cálcio, excesso de fumo e ingestão de álcool, imobilização prolongada e medicamentos. Esses fatores contribuem para o desequilíbrio entre o osso formado e a remoção da camada óssea antiga.

A polimialgia reumática acomete pessoas acima de 50 anos. Os principais sintomas são inflamação nas articulações do quadril, pescoço e ombros gerando rigidez e dor. Além disso, o paciente pode apresentar perda de peso, depressão, cansaço e febre baixa. Cerca de 20% dos pacientes com polimialgia reumática podem desenvolver uma vasculite denominada arterite de células gigantes, também conhecida como arterite temporal. O principal sintoma dessa doença é dor na região das têmporas, dor ao mastigar e dor no pescoço. Se não for reconhecida precocemente, essa vasculite pode gerar graves distúrbios vasculares, como derrame cerebral e cegueira.

A síndrome de Sjögren, ou síndrome seca, é uma doença autoimune que se caracteriza principalmente pelo “ataque” às glândulas que lubrificam o nosso corpo. É muito comum o paciente apresentar secura na boca, pele, olhos, nariz e vagina. Outros sintomas incluem fadiga, artralgias e artrites. Além disso, pode afetar outros órgãos como rins, fígado, pâncreas, pulmões, vasos e cérebro.

Você tenta engravidar mas não consegue? Já teve abortos sucessivos? Já teve vários episódios de trombose? Saiba que uma possível causa para esse problema pode ser a SAAF. A SAAF é uma desordem autoimune sistêmica caracterizada por trombose arterial e/ou venosa, morte fetal e abortos espontâneos recorrentes, além de trombocitopenia. Os pacientes com SAAF podem apresentar altos títulos de anticorpos antifosfolípides como por exemplo: anticardiolipinas, anticoagulante lúpico e beta 2 glicoproteína 1. Se não for diagnosticada e tratada corretamente o paciente pode evoluir com eventos vasculares graves como Trombose coronariana (infarto) e cerebral (AVC).

A tendinite é a inflamação do tendão. Já a tenossinovite é a inflamação é o revestimento da bainha protetora (“capa”) que cobre os tendões. A origem da inflamação pode ser desconhecida, ou pode ser resultado de infecções, doenças inflamatórias, lesões, esforços repetitivos e distensão. Os pés, os pulsos e as mãos são normalmente afetados. Entretanto, a condição pode ocorrer em qualquer tendão. O objetivo do tratamento é eliminar a dor e a inflamação. O diagnóstico é clínico sendo às vezes complementado por exames de imagem.

São doenças raras, de origem autoimune e ocasionam inflamação de vasos sanguíneos. Todos os órgãos do organismo são supridos com sangue através dos vasos, portanto, as alterações provocadas pelas vasculites podem causar sintomas em qualquer órgão. A parede dos vasos sanguíneos é invadida por células do sistema imunológico causando estenose, oclusão, formação de aneurismas e/ou hemorragias. As vasculites podem ser classificadas de acordo com os vasos que acometem. As vasculites de pequenos vasos compreendem a granulomatose com poliangeíte (GPA), granulomatose com poliangeíte eosinofílica (GEPA), poliangeíte microscópica, púrpura Henoch-Schönlein e crioglobulinemia. Já as vasculites de médios vasos temos a poliarterite nodosa e a doença de Kawasaki. E, por último, temos as vasculites de grandes vasos representadas pela arterite de Takayasu e a arterite de células gigantes ou arterite temporal.